quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Morte à Morte


A pena de morte é um ato da Justiça, sujeito às regras do Direito e da Lei.
É  concebida como a punição de um crime e distingue-se da eliminação de indivíduos julgados indesejáveis (deficientes físicos ou mentais, judeus e homossexuais), que foi praticada ao longo dos tempos, com especial referência para o nazismo e o Holocausto. Distingue-se também da eutanásia, pela qual se abrevia, sem dor ou sofrimento, a vida de um doente incurável. O fato de um policial ou outra pessoa matar um suspeito ou um criminoso, em estado de legítima defesa ou não, não constitui uma aplicação da pena de morte. O mesmo se verifica no caso de mortes causadas por operações militares.
A pena de morte, a condenação, a sentença e a sua execução resultam da aplicação de uma lei conforme com os ritos e as regras de um processo da justiça criminal ou militar.
E a razão pela qual eu rejeito a execução deste processo é baseada na crença de que aplicando a um criminoso essa sentença estamos a menosprezar a vida deste da mesma maneira ou por vezes até de uma maneira pior do que este menosprezou os outros. Até que ponto é que a vida de uma pessoa vale menos do que a nossa? Até que ponto é que se pode tirar a identidade de uma pessoa com base nas suas ações.
A vida pode-se referir ao processo em curso do qual os seres vivos são uma parte, sendo nós parte desse processo não temos direito de tirar um semelhante do mesmo, tendo nós possíveis alternativas. Esta mesma vida é um processo delicado que, sendo o ser humano um ser social, só se torna possível a partir de uma convivência mútua.
 A generalidade das pessoas que apoiam a pena de morte fazem-no focados somente no(s) crime(s) em causa e não no facto de que por trás dele está uma pessoa com uma família, colocando-lhe uma “mascara” que lhe tira a sua característica humana e aquilo que apenas a ele pertence: o seu intimo, a sua identidade que o isola da existência e, assim, ganha uma razão para a inexistência.
A vida deve ser respeitada e como tal não deve ser tirada tendo como objetivo castigar o outro. Deve correr o seu curso natural e melhorada sempre que possível.
Morte à morte. Guerra à guerra. Vida à vida. Ódio ao ódio.
"A nossa vida é toda ela feita de acasos. Mas é o que em nós há de necessário que lhes há-de dar um sentido." Vergílio Ferreira

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