sábado, 2 de novembro de 2013

Autobiografia

     Como poderei transpor, para algo tão simples como palavras, quem sou ... Não sei se sei quem sou!
Para além disso, o facto de ter um alter ego também não simplifica a tarefa. O meu eu não é algo que deva impor qualquer sentimento em ti. Vê isto apenas com apatia no olhar.
   
      Banal,(sim comecemos por aí)... Em 7 mil milhões de pessoas,  como é que alguém pode ser "normal"? O que define cada um é a sua diferença em relação ao próximo, por isso ter o objectivo de ser "normal" é lamentável. Ridiculamente, há muitas pessoas que se lamuriam por não serem "normais", essa inquietação dá-me um arrepio na medula. Eu... eu sou anormal e é isso que me caracteriza; é essa a minha ruga. Eu gosto da minha ruga e não preciso de nenhum creme para fazê-la desaparecer. Rio-me de mim, agora, porque, afinal, quem sou eu para fazer juízos de valor sobre o que as outras pessoas pensam de si. Falo com a arrogância de um velho indolente; suponho....   
      Se este texto é sobre quem sou, já perceberam: não sou vulgar... Sou extremamente ignorante de mim. Nada me assusta mais do que a ignorância em acção, pior ainda sabendo tão somente que esse ignorante sou eu. O pouco que sei , devo-o à minha ignorância. Se sou ignorante porque não tento aprender? Ora, passo a explicar: se eu aprendo e passo a "saber", teria de falar e eu  tenho medo de falar.
      Questionaram-me uma vez de que capacidade abdicaria, se sinistramente tivesse de ser. Respondi: a fala. Se não falasse, teria de ouvir ... Como é bom ouvir! Se eu ouvir, aprendo e sou, forçadamente, humilde. Dócil humildade, como vos desejo profundamente! Tal metamorfose no meu modesto corpo traria alegria a quem me ouve agora. Assim, ver-se-iam livres de quem fala e é ignorante. 
       No início, referi o meu alter ego. Se me conheces e te deste ao trabalho de perceber qual deles escreveu este texto, então deixa-me dizer-te que és extremamente ingénuo. Alguém como eu não saberia identificar o seu alter ego. Sei que está presente, sei que me influencia, mas não sei quando nem como.
         Eu existo para saber quem sou, quem quero ser, e quem o outro gostaria que eu fosse... Nestes 14 anos de vida, ainda não tenho uma única pista. Dar-te-ei então um exemplo do meu alter ego: "Quando pergunto quem sou, serei quem pergunta ou quem não sabe a resposta?".
          Será plangente não saber quem sou? Talvez. E tu... sabes quem és?

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