sábado, 19 de outubro de 2013

"Office at Night", de Edward Hopper

    "Office at Night", por Edward Hopper, retrata um escritório nova-iorquino. Pintura a óleo em tela realizada em 1940 após uma visita do autor aos escritórios de Nova Iorque, caracteriza-se pela modéstia, apresentando apenas uma máquina de escrever, uma pequena e simplista mobília e um candeeiro que ilumina mal a secretária.
       Os estores estão meio abertos o que permite vislumbrar o breu da noite que já deve ir alta, distinguindo-se  a entrada de luz pela janela, gerada pelos candeeiros nas ruas. 
       A mesa cheia de papeis remexidos leva-nos a especular acerca do nervosismo do homem engravatado que não tira os olhos do documento que tem na mão. À sua esquerda, uma mulher vestida de azul, remexe nos arquivos e olha para os papeis caídos no chão. A cor azul, desde a época renascentista, associada a verdade, pureza e calma, muito usada nas virgens da igreja, acentua o contraste entre o nervosismo do homem e a inocência feminina.
       O quadro deixa-nos com uma certa pressão psicológica, pois não se compreende bem o que se passa e instiga a curiosidade do observador, que deseja saber o que acontecerá de seguida nesta narrativa aberta.Há um drama à espera de acontecer. Apesar da relutância de Hopper em atribuir narrativo especifico, a pintura está cheia de pistas que apontam para a complexidade  da dinâmica homem/mulher no local de trabalho.
        Em Edward Hopper a arte é uma expressão do subconsciente.

Diogo Sá

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