A pena de morte é um ato da
Justiça, sujeito às regras do Direito e da Lei.
É
concebida como a punição de um crime e distingue-se da eliminação de
indivíduos julgados indesejáveis (deficientes físicos ou mentais, judeus e
homossexuais), que foi praticada ao longo dos tempos, com especial referência
para o nazismo e o Holocausto. Distingue-se também da eutanásia, pela qual se
abrevia, sem dor ou sofrimento, a vida de um doente incurável. O fato de um
policial ou outra pessoa matar um suspeito ou um criminoso, em estado de
legítima defesa ou não, não constitui uma aplicação da pena de morte. O mesmo
se verifica no caso de mortes causadas por operações militares.
A pena de morte, a condenação, a
sentença e a sua execução resultam da aplicação de uma lei conforme com os
ritos e as regras de um processo da justiça criminal ou militar.
E a razão pela qual eu rejeito a
execução deste processo é baseada na crença de que aplicando a um criminoso
essa sentença estamos a menosprezar a vida deste da mesma maneira ou por vezes
até de uma maneira pior do que este menosprezou os outros. Até que ponto é que
a vida de uma pessoa vale menos do que a nossa? Até que ponto é que se pode
tirar a identidade de uma pessoa com base nas suas ações.
A vida pode-se referir ao
processo em curso do qual os seres vivos são uma parte, sendo nós parte desse
processo não temos direito de tirar um semelhante do mesmo, tendo nós possíveis
alternativas. Esta mesma vida é um processo delicado que, sendo o ser humano um
ser social, só se torna possível a partir de uma convivência mútua.
A generalidade das pessoas que apoiam a pena
de morte fazem-no focados somente no(s) crime(s) em causa e não no facto de que
por trás dele está uma pessoa com uma família, colocando-lhe uma “mascara” que
lhe tira a sua característica humana e aquilo que apenas a ele pertence: o seu
intimo, a sua identidade que o isola da existência e, assim, ganha uma razão
para a inexistência.
A vida deve ser respeitada e como
tal não deve ser tirada tendo como objetivo castigar o outro. Deve correr o seu
curso natural e melhorada sempre que possível.
Morte à morte. Guerra à guerra.
Vida à vida. Ódio ao ódio.
"A nossa vida é toda ela
feita de acasos. Mas é o que em nós há de necessário que lhes há-de dar um
sentido." Vergílio Ferreira
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