terça-feira, 4 de março de 2014

Nesta última tarde em que respiro:

Neste poema de António Franco Alexandre somos desde o primeiro verso confrontados com uma circunstância de morte.

Essa ideia é reforçada a partir da metáfora posteriormente apresentada na qual um pequeno feixe de luz se vai desvanecendo com o tempo, o tempo acaba por se esgotar e o último raio de luz dissipa-se no horizonte, acabando por desaparecer.

Quando chega a hora de partir vêm-nos inevitavelmente ao pensamento as melhores recordações do passado, bem como as nossas intenções que já não poderemos realizar no futuro, um contraste eminente entre uma mistura de paz e revolta.

Fica no ar a esperança por um amor com o qual a personagem prestes a deixar o mundo não teve possibilidade de conviver durante a sua vida terrena. Mas a lembrança e saudade por um amor há muito procurado, é impossível de se perder e deixar cair no esquecimento profundo.

O amor do poeta vai muito além da imaginação, duma rima vulgar de um cantor sem voz e sem alma, pois se assim fossem nem os poemas nem nada faria sentido, tudo seria em vão.


Visto isto, o poeta nunca poderá deixar de acreditar e ter esperanças de, um dia, vir a estar frente a frente com a sua amada num futuro diferente, noutro mundo, noutra dimensão.

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