Nesta
última tarde em que respiro:
Neste
poema de António Franco Alexandre somos desde o primeiro verso confrontados com
uma circunstância de morte.
Essa
ideia é reforçada a partir da metáfora posteriormente apresentada na qual um
pequeno feixe de luz se vai desvanecendo com o tempo, o tempo acaba por se
esgotar e o último raio de luz dissipa-se no horizonte, acabando por desaparecer.
Quando
chega a hora de partir vêm-nos inevitavelmente ao pensamento as melhores
recordações do passado, bem como as nossas intenções que já não poderemos
realizar no futuro, um contraste eminente entre uma mistura de paz e revolta.
Fica
no ar a esperança por um amor com o qual a personagem prestes a deixar o mundo não
teve possibilidade de conviver durante a sua vida terrena. Mas a lembrança e
saudade por um amor há muito procurado, é impossível de se perder e deixar cair
no esquecimento profundo.
O
amor do poeta vai muito além da imaginação, duma rima vulgar de um cantor sem
voz e sem alma, pois se assim fossem nem os poemas nem nada faria sentido, tudo
seria em vão.
Visto
isto, o poeta nunca poderá deixar de acreditar e ter esperanças de, um dia, vir
a estar frente a frente com a sua amada num futuro diferente, noutro mundo,
noutra dimensão.
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