Sobre Gil Vicente:
Nasceu em 1465 (?) e foi dramaturgo e poeta português,
também considerado como o pai do teatro português. As suas obras tinham uma
função moralista isto é, pretendiam passar uma mensagem (ou lição de moral).
Viveu na Idade Média e nesta altura os valores das pessoas
dependiam muito e assentavam-se na religião, por isso ele faz referências
bíblicas para transmitir melhor a mensagem, por exemplo, usava muito
personagens alegóricas para simbolizar o bem e o mal, como o Anjo e o Diabo.
O Auto da Alma foi escrito em 1508 e dedicado a D. Leonor
mas apenas foi representada perante o Rei D. Manuel em 1518.
Sobre a obra:
No início ele começa por fazer uma comparação em que diz que assim como na Terra existiam estalagens para
acolher os caminhantes cansados das suas viagens, também no Céu haviam
estalagens para as almas descansarem, ao longo dos seus caminhos para o
Paraíso. Aqui a estalajadeira era Madre Santa Igreja que tinha essa mesma
função de acolher as almas cansadas.
A historia começa com uma alma que vai a caminhar e já se sente
um pouco cansada. Durante o seu caminho, vem ao seu encontro um anjo que lhe
diz para continuar porque estava quase a chegar à estalagem. A alma pede lhe
proteção e então o Anjo explica lhe que foi para isso que ele veio, para a
proteger das tentações do Diabo.
Entretanto, o Diabo aparece e, ao ver a Alma, tenta logo
seduzi-la de modo a levá-la para o Inferno. Para tal, oferece-lhe jóias, roupas
e diz-lhe mesmo que o Inferno era o verdadeiro Paraíso pois lá podia- se viver
à vontade com imensas fortunas.
Ao princípio, a Alma rejeita o Diabo mas após algum tempo
começa cada vez mais a deixar-se influenciar pelo o que ele diz. Isto causa indignação
ao Anjo que lhe diz para continuar e ignorar o Diabo. Porém, a dada altura, a
Alma recusa-se a continuar e afirma que já não quer ir para o Céu.
Ao fim de algum tempo,
o Anjo consegue convencê-la
novamente a ir para o Céu ao dizer-lhe que estavam lá à sua espera e que
se fosse com Diabo isso iria-lhe pesar muito. E esta escolhe, então, continuar.
O Anjo e a Alma chegam à estalagem onde Madre Santa Igreja a
acolhe e é aí que ela se apercebe e se arrepende por se ter deixado ir na
conversa do Diabo, pedindo o perdão. Começam a ceia, onde também estão
presentes Sto Agostinho, S. Jerónimo, Sto Ambrósio e S.Tomás. Todavia, Sto Agostinho
faz uma oração e benze a mesa antes de começarem, para além de perdoar a Alma
que despe as roupas do Diabo.
Por fim, todos celebram por a alma ter escolhido o caminho
certo e ter feito as escolhas acertadas.
A minha opinião sobre o livro:
Gostei do livro, não achei muito difícil. Acho que a
mensagem aqui transmitida é a que somos livres de escolher qual é o caminho que
queremos seguir mas que devemos sempre seguir tentar seguir o que achamos ser o
mais certo e dar mais importância ao que nós somos do que ao que nós temos.
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